Hematoma Subdural Crônico
O Hematoma Subdural Crônico (HSDc) geralmente se desenvolve em idosos após traumatismo craniano leve. Pessoas mais jovens também podem apresentar HSDc, especialmente se tiverem algum distúrbio de
coagulação, convulsões ou abusarem de álcool. Os sintomas costumam aparecer de semanas a 1 mês após o evento traumático e são eles: dor de cabeça, confusão, dificuldade de memória ou para falar, paralisias, crises convulsivas, sonolência excessiva. Não é necessário que todos os sintomas estejam presentes para suspeitar do diagnóstico, é muito freqüente que haja apenas dor de cabeça, por exemplo. Em cerca de 20% dos casos, os HSDCs acontecem dos dois lados e o quadro clínico pode ser mais grave com alteração importante da consciência e até mesmo coma.
É importante que se pense nesse diagnóstico em pacientes idosos que comecem a apresentar depressão de rápida instalação, ou mesmo um quadro semelhante ao Alzheimer, mesmo que não se identifique história de queda ou batida de cabeça. Pela fragilidade das veias dentro do crânio do idoso, uma “chacoalhada” imperceptível da cabeça pode levar a um hematoma subdural. O HSDC é uma das causas de demências curáveis!
Em casos de hematomas pequenos, especialmente se não houver sintomas, pode-se optar pela observação clínica e seguimento com imagens. Mas, geralmente, o tratamento do HSDC é cirúrgico. Existem diversas técnicas operatórias que podem ser utilizadas e como não há um consenso com relação a melhor delas, o ideal é a individualização de cada caso; as opções são: trepanações ou trepanação única, craniotomia, uso ou não de dreno subdural, anestesia geral ou sedação com anestesia local. O uso de anticonvulsivantes como prevenção de crises também é controverso e se realizado não deve ser mantido por mais de uma semana. Doenças associadas que comprometam a coagulação do sangue devem ser resolvidas antes ou durante a cirurgia.